

Tradição

Relação entre pessoas
Dorama: Skip Beat
Fonte: K-Dramas Online
Fonte: Universia, BrazilKorea, BrazilKorea(2), Kpop Amino

Cada cultura possui suas particularidades, costumes e tradições. Trataremos a seguir de explicar algumas destas tradições que estão tão internalizadas na cultura que nem notamos que isso se tornou uma tradição e interpretamos apenas como um hábito ou uma formalidade. A partir do que será explicado será possível notar diferenças gritantes com alguns trejeitos brasileiros, mas isto não significa em momento algum que uma cultura é inferior ou menos evoluída do que outra, é apenas que cada uma possui uma trajetória histórica diferente e que isto culminou nestas distinções.
Assim como no Brasil é comum haver assentos diferenciados para o público comum e para idosos e pessoas preferenciais, sendo tecnicamente livre o uso destes assentos quando não utilizados, sendo discutível se as pessoas devem ou não sentar neles. Já para os coreanos é estritamente enraizado que não deve-se sentar nestes assentos preferenciais se esta não é sua condição. Estando o transporte lotado ou não, eles não utilizam estes bancos e caso alguém faça isso é bem capaz de receber um olhar repreensivo de alguém.
Em alguns países, principalmente os orientais, o modo como tratamos as outras pessoas possui um estrutura mais rígida e pré-delimitada, sendo considerado um insulto falar com uma pessoa com a hierarquia errada. Na cultura coreana a hierarquia e a subordinação rege as relações familiares, sociais e profissionais. Desde o momento que nasce a pessoa já tem seu lugar determinado na família, quais os parentes inferiores e quais deve dirigir mais respeito.
As regras são tão bem delimitadas que estabelecem que independente do que se está fazendo caso encontre ou mesmo apenas veja de relance alguém mais velho ou superior que você é necessário que cumprimentê-o apropriadamente com uma reverência. Quanto mais velho ou maior o grau de superioridade mais acentuada deve ser esta reverência. Este tipo de tradição vai muito além da expressão de boas maneiras, esse respeito é uma obediência imposta.
O próprio idioma coreano (hangul) apresenta distintamente esta hierarquia, havendo um uso apropriado de sufixos, verbos, palavras e modos de tratamento específicos para se comunicar com pessoas de hierarquia superior. Caso a pessoa use incorretamente o tipo de tratamento é possível que seja mal interpretada como desrespeito e punível de algum modo no meio social ou mesmo no meio de trabalho.
Dentro do ambiente familiar esta tradição se mantém, sendo os avós, como membros mais velhos, os possuidores da hierarquia mais alta dentro da casa. Diferente da cultura brasileira em que há casos de filhos discordarem das ideologias e ideias dos pais e expressarem suas opiniões, na cultura coreana não há esta possibilidade, pois o que os mais velhos dizem deve ser tido como lei e mesmo que discordem os mais novos devem aceitar e concordar, mesmo que internamente contrariados. Isto não se restringe apenas aos membros das gerações anteriores, qualquer parente que seja mais velho possui o mesmo direito mesmo que seja um irmão apenas alguns anos mais velho.
Este tipo de relação não se mede apenas por idade, tendo a experiência na área do trabalho também um grande peso para determinação do tipo de tratamento que deve ser dirigido. Deste modo é possível que uma pessoa ingressante numa empresa tenha que tratar como superior alguém mais novo mas que possui mais experiência dentro da empresa.
A relação entre empregados e seus chefes é semelhante a de jovens com seus avós, em que a opinião do chefe é absoluta e mesmo que o funcionário esteja certo se o chefe discordar não há mais discussão sobre o assunto, dando espaço para a possibilidade de haver, frequentemente, abusos de poder dentro de empresas.
Este tipo de tratamento não é esperado de estrangeiros dentro do país, mas espera-se que estes aprendam como lidar com este tipo de coisa e tentem se comportar de acordo.
Conversas no transporte público
Aqui no Brasil, é comum ver pessoas conversando entre si, falando no telefone ou mesmo mandando áudios pelo WhatsApp, porém, na Coreia, isto não é considerada aceitável. Tendo apreço pelo silêncio e o desejo de não serem incomodados, os coreanos tendem a não conversarem entre si em ambientes como no ônibus nem no trem e é capaz de quem converse num tom levemente incomodo receba um sermão de alguém mais velho.
Tocar alguém mais velho ou superior na cabeça
O povo brasileiro também é conhecido por sermos um povo afetuoso que gosta de demonstrar sentimentos por meio de contato físico, como um afago na cabeça como forma de ser carinhoso com alguém ou para dizer “você fez um bom trabalho”. Porém, na Coreia além de possuir uma cultura que evita o contato físico desnecessário, acredita que um gesto desse diminui o valor de uma pessoa por se assemelhar ao modo como tratamos os animais de estimação, podendo a pessoa se sentir humilhada por um gesto desse, mesmo que a intenção não seja essa.

Trocar afeto em público
Como dito anteriormente, os coreanos evitam contato físico desnecessário por serem de uma cultura um tanto mais reservada. Mas analisando de perto mesmo os casais não possuem muita liberdade quando em público. No Brasil é comum ver casais trocando beijos mais apimentados em público sem se incomodar com o ambiente, já este asiáticos não veem este tipo de atitude do mesmo jeito. Para eles a demonstração de afeto mais intensa do que um selinho pode resultar em uma acusação de assédio sexual e atentado ao pudor pela pessoa que estava passando e se sentiu ofendida por presenciar tal contato íntimo.

Dorama: Heartstrings
Fonte: Giphy

Dorama: Strong Woman Do Bong Soon
Fonte: Giphy
Colocar o Jeogakara na tigela de arroz
Jeogakara é como são chamados os pauzinhos utilizados como talher na Coreia. Uma tradição fortemente ligada a eles é evitar colocá-los verticalmente na tigela de arroz porque deste modo eles se assemelham aos incensos utilizados em funerais e colocar nesta posição indicaria estar chamando a morte para a mesa.
Entrar em lugares com sapatos
Na cultura coreana e também na japonesa é comum que as pessoas tirem os sapatos ao entrarem em casa e deixá-los num porta-sapato localizado na entrada. Isto acontece porque acreditam que quando estamos na rua atraímos más energias e coisas similares, carregando a sujeira do ambiente externo nos sapatos, sendo assim, ao entrar em casa realizam esta tradição para impedir que as más energias entrem no lar.


Fonte: Kpop Amino
Cultura anti-gorjeta
No Brasil e em diversos países há a cultura dos 10% para o garçom, porém isto não existe na Coreia eles acreditam que se gostarmos do serviço prestado devemos apenas agradecer quantas vezes quiser, mas sem oferecer dinheiro. Para eles, esta ação é vista como uma ofensa à honra já que o atendente está apenas fazendo o trabalho dele e já recebe por isso.
Patos de madeira
Os patos de madeira são tradicionalmente utilizados no casamento e são passados de geração em geração, como uma espécie não só de perpetuação da história, mas também a transmissão de valiosas fortunas que carregam simbolicamente. A tradição surgiu originalmente porque os patos mandarim são conhecidos por ter um único parceiro por toda a vida, deste modo, o rapaz que desejasse casar com uma moça deveria comprar um par de patos e presentear a família dela com eles. Com o passar do tempo o costume foi sofrendo alterações e passaram a utilizar patos de madeira, porém, com isso surgiram novas especificações. Para a fabricação destes patos o escultor deveria ser escolhidos seguindo alguns critérios porque havia a crença de que as qualidades deste artistas eram transpassados para os patos durante o processo de criação, e estas seriam transmitidas para o casal durante sua vida. Além disso, ser escolhido para produzir estas esculturas é considerado motivo honra e por isso não é cobrado nenhum custo pelo trabalho.

Fonte: Brazil Korea
Patos de Madeira
Extras
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Na Coreia não existe o famoso “rachar a conta”, para eles ou você convida ou é convidado, assim, quem convida paga a conta;
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Na mesa a pessoa não pode encher o próprio copo, deve esperar que alguém lhe sirva e então servir a outra pessoa. Jamais deve servir o próprio copo;
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Se te oferecerem álcool, é de boa educação aceitar, do contrário, pode-se despertar inimizades e receios.

Fonte: Pinterest
Infiniti







Sentar em lugares destinados à preferenciais





Ana Fittipaldi
Editora de conteúdo, uma das proprietárias do sebo Garimpo do Saber e apaixonada por aprender coisas novas. Viciada em livros, animes, mangás, doramas, coisas estranhas e na cor azul. Busca aprender um pouquinho de tudo desde sobre animações, histórias de psicopatas e até mesmo em como modificar coisas simples em algo único.