Fanzine no Brasil

Imagem: Ofizine

A fanzine é um meio de comunicação relativamente recente no Brasil. Teve como seu pioneiro Edson Rontani, que fundou em 1965 o Intercâmbio Ciência-Ficção e passou a editar um boletim para trabalhar com quadrinhos. O boletim saiu em 12 de outubro e foi batizado de Ficção, tendo cerca de 12 edições distribuídas com intervalos irregulares. Sua sustentação financeira se deu por meio da venda de diversos quadrinhos que comercializou em feiras, sendo uma oportunidade para conhecer outros fãs de quadrinhos e ficção científica, além de interessados em produzir algo similar a seu Boletim.

Um fato curioso: Rontani não sabia que o que criara se chamava fanzine. Até que, em 1974, um grupo de colecionadores franceses para quem ele enviava sua revista se denominava assim. A partir de então, esse foi o termo adotado.

Assim como no exterior, o fanzine no Brasil abriu espaço para quem tinha algo a dizer, mas não encontrava meios fáceis e acessíveis de se publicar. Além disso, quebrou paradigmas de design, diagramação, ilustração, entre outros modelos vigentes na época.

Também na época de Rontani, a tecnologia ainda não colaborava muito para a produção de um fanzine esteticamente limpo. A utilização de mimeógrafos, fotocopiadoras ou mesmo impressoras offset dificultavam o trabalho, podendo atrasar a produção. Com a chegada das fotocopiadoras, tudo tornou-se mais fácil; e, avançando no tempo, temos hoje diversos programas que colaboram para a produção de um fanzine com grande potencial gráfico.